CONCURSO PÚBLICO Nº 001-2023 - Edital de Convocação Nº 15-2024 - Funsau-na
14 de Novembro de 2024
Há cerca de 20 dias, uma família de Nova Andradina fixou uma faixa em frente ao Hospital Regional (HR) Francisco Dantas Maniçoba contendo uma mensagem de agradecimento ao corpo clínico da unidade. A manifestação de gratidão se refere aos cuidados recebidos pelas vítimas após sofrer um acidente na rodovia MS- 276, a cerca 15 quilômetros da cidade de Batayporã. Uma pessoa morreu no local e outras seis, que ficaram feridas, foram encaminhadas para o HR de Nova Andradina. No dia do acidente, ocorrido em 30 de março de 2014, o Nova News esteve no local e apurou que um Fiat Uno, com placas de Angélica, ocupado por cinco pessoas, entre elas, duas crianças de colo, e três adultos da mesma família, seguia sentido à cidade Batayporã, quando o VW Gol, com placas de Loanda (PR), que trafegava no sentido contrário, ocupado por um casal residente no Distrito de Primavera, em Rosana (SP), colidiu contra o Uno. Para as vítimas, que receberam os primeiros socorros de bombeiros de Dourados, que passavam pelo local a passeio, e também de um comboio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que seguia para Santa Catarina, o acidente tinha tudo para ser uma tragédia maior do que foi, já que Genival Kioso da Silva, de 36 anos, condutor do carro, morreu no local. Sentimos muito pela morte do meu cunhado, porém, a providência de Deus em nos socorrer e principalmente salvar os bebês, faz com que, ao invés de reclamar pela morte, a gente prefira contemplar e valorizar as vidas que foram preservadas, disse Ruth Oliveira, uma das vítimas que estava no carro junto com o filho Davi, a irmã Márcia e o sobrinho Breno. Os dois bebês, que foram salvos devido ao uso das cadeirinhas de segurança, foram socorridos por testemunhas, juntamente com Márcia, que teve diversos ferimentos. Seu filho, de um ano e dois meses, fraturou a perna direita. Ruth ficou presa às ferragens, no banco do passageiro, e foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros de Nova Andradina, junto com o casal que estava no outro veiculo. No Hospital Regional, Ruth disse perceber que a situação era grave e foi nessa hora que, segundo ela, um anjo, como ela definiu o médico Dr. Airton, assumiu toda responsabilidade do atendimento e, na companhia de outros profissionais, realizou todos os procedimentos necessários. Ele foi um maestro enviado por Deus. Avaliou que minha irmã não aguentaria a transferência e chamou para si a responsabilidade. Desde então, meu sentimento de gratidão a ele é imenso, conta Ruth, dizendo que o médico chegou a brigar para que o atendimento ocorresse na unidade. Com fratura na perna e diversas lesões no abdome, Márcia passou por três cirurgias de risco. No mesmo momento, outros médicos também socorriam seu filho, que teve fratura de fêmur e passou por procedimento cirúrgico, sem transferência, tudo no HR. Ruth perdeu um dos rins, parte do estômago, além de outras lesões. Ela lembra que cada médico que a atendia tinha uma peculiaridade e isso a deixava mais tranquila. Dr. Antônio foi muito atencioso comigo. Os outros médicos, Lucas, Airton, Gustavo, Omar, todos foram de uma precisão incrível e usaram todo o conhecimento. Não tenho palavras para agradecer, por isso colocamos a faixa para que outras pessoas saibam que ali tem pessoas que fazem a diferença na vida de outras, disse. O local em que foi fixada a faixa é a entrada dos médicos. Segundo a família, o local também foi escolhido por ser uma área restrita, fator que deve fazer com que a homenagem permaneça exposta por muito tempo. Segundo o Dr. Airton, todo o procedimento, principalmente em relação à paciente Márcia, que, segundo ele, estava à beira da morte, deve ser visto como uma Grande vitória, tanto na parte de restauração das vidas como na união dos médicos que atuaram em conjunto, todos em favor da vida. Não faria nada sozinho. Todos os médicos merecem o reconhecimento. Toda participação foi imprescindível, um verdadeiro trabalho em equipe que nos deixou realizados como profissionais e muito felizes com a homenagem da família, comentou Airton, frisando que toda a participação médica possibilitou ainda atender simultaneamente Ruth, que também inspirava cuidados especiais e que o processo de vaga zero, poderia comprometer o tempo de socorro. O médico anestesista, considerado o ponto chave para o inicio dos trabalhos, Dr. Luiz Antônio, minimizou sua participação e também enfatizou que a ação obteve sucesso devido ao trabalho coletivo. Estou orgulhoso de ter feito parte da equipe. Trabalhamos juntos, logo, todos estamos felizes pela homenagem recebida. Isso é um incentivo não só pra mim, mas a todos os colegas, afirma o profissional. Márcia e seu filho se recuperam bem dos procedimentos em uma área rural no município de Naviraí. Ela só tomou conhecimento que perdeu o esposo no dia em que teve alta médica, cerca de três semanas depois do acidente. Já Ruth e o filho Davi, de seis meses, se recuperam em casa, no Bairro São Vicente, em Nova Andradina, onde reside na companhia do esposo Diego. Hoje, Ruth frequenta a Igreja Assembleia de Deus, mesma denominação cristã onde congrega um dos bombeiros, o sargento Valdir, que ajudou a desprendê-la das ferragens e participou do que ela descreveu como um novo nascimento. Os médicos agraciados com a homenagem são Airton, Gustavo, Antônio, Lucas, Luiz, Omar, Moacir, Marcos e Vera, além da equipe de enfermagem do Hospital Regional. A faixa fixada pela família traz as seguintes palavras: “O melhor médico é aquele que recebe os que foram desenganados por todos os outros”.